Válvula de Escape
" Minha poesia não tem sexo, mas não abro mão das preliminares. "
domingo, 26 de dezembro de 2010
O Sopro
sopra da maçã
do meu rosto
o teu vão esboço
aroma terçã
num chão
disperso
de terra nua
do teu jardim
carmim
eu me despeço
sem jura
(Cris de Souza)
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Lenda viva
(clara nunes, o mar serenou)
venta a vontade
de vibrar barco
velejar em arco
íris do mar
ou serenar areia
como sereia
cantar
(Cris de Souza)
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Olha...
(arquivo pessoal)
tenho fé na face
que reflete o fundo
-espelho d'água-
cor de certo descuido,
obra de algum deus mudo
que se vingou errante
nesses meus falantes
olhos verdes quase musgos
(Cris de Souza)
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Alusão
(pesare)
na outra
margem do luar
o amor se alarga
leva-me
entre as estrelas
que estreitam
a memória
dessas palavras
(Cris de Souza)
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Um tango e tanto...
(el cholulo)
enquanto
inocente
dormes
nas cochas
da minha
insônia
a noite
desperta
um tango
no passo
que só
te chamas
(Cris de Souza)
sábado, 11 de dezembro de 2010
Alucinação
(rabi khan)
fonte
de mil bocas,
face louca:
virgem de gozo
(Cris de Souza)
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Lábia
toda prosa
tece a rosa
na selva
do sentir
mel somente
pro beija-flor
traduzir
(Cris de Souza)
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Entrelinhas
(andorinhas na primavera, aquarela chinesa)
ah, todo azul
do céu
vale a pena
em cena
um cordel
de andorinhas
descortina
o branco
das entrelinhas
(Cris de Souza)
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Florescência
(luiza maciel nogueira)
se passarinho
comigo for
faço da flor
o seu ninho
(Cris de Souza)
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Hoje...
estou no trem da lira, para ler clique
aqui.
agradeço a presença e um grande abraço a todos amigos!
domingo, 28 de novembro de 2010
Prisma
(arquivo pessoal)
comporto
cores tortas
o contraste
temerário
é meu tom
primário
(Cris de Souza)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Noite de Epifanias
(julio pêgo)
numa noite
de epifanias
dois pirilampos
em asas francas
sopram flâmulas
sobre o espanto
pra azular as chamas
(Cris de Souza)
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Observação
(arquivo pessoal)
meu grito
servo
não sinta
a sério
vibro
no império
do silêncio
estéreo
(Cris de Souza)
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Reflexo
(picasso)
abre dor
no espelho
escrevo
com sede:
se a boca
espumar
não sirva
as paredes
(Cris de Souza)
domingo, 21 de novembro de 2010
Peça
(
marcantonio
)
assino
em branco
o papel
de louca
contraceno
com a sombra
(Cris de Souza)
sábado, 20 de novembro de 2010
Lírica
(janis joplin, maybe)
a lírica
dispara
feito
blues
na madrugada
violando
a alvorada
(Cris de Souza)
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Caixa de Pandora
(jonh william waterhouse, pandora/1896)
na caixa curiosa
guardava a esperança
da boca pra fora
chamavam-lhe
pandora
(Cris de Souza)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Vide o verso
(arquivo pessoal)
por trás
do verso
de menina
envelheço
entre a rima
clara mente
(Cris de Souza)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Nata
(portinari)
a ausência
é mancha
de nascença
(Cris de Souza)
domingo, 14 de novembro de 2010
" Do jeito que o diabo gosta "
no topo
da cegueira
sagrada
soprava
toda brasa
sem nenhuma
cerimônia
(Cris de Souza)
sábado, 13 de novembro de 2010
Palavra de honra
sobre a cartilha:
a palavra
é armadilha
(Cris de Souza)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
" Os opostos se distraem "
enquanto
ele assiste
ao jornal
tenso
ela ouve
gal
com as mãos
no lenço
(Cris de Souza)
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Efusão
(anthony van dyck, eros e psiquê /1639-40)
em éter
o elã
de
eros
(Cris de Souza)
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Anúncio
troco a corda do idílio
por um trocadilho
em tempo real
(Cris de Souza)
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Criação
no campo
da crisálida
a crise
cria asas
(Cris de Souza)
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Contra-indicação
trago a deixa
dose extra
tarja preta
tanta queixa
sem fórmula
de suspender
(Cris de Souza)
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Desculpados
(l
orenzo lotto,
vénus e cupido/1525)
os cupidos
são esculpidos
à mão de
vénus
(Cris de Souza)
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Sem conto
cai a tarde
na toada
nada
sublimar
sob o mar:
o molusco
toca a trilha
no crepúsculo
da ilha
(Cris de Souza)
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Nota
todo abismo
tem um ponto pétreo
de observação
(Cris de Souza)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Palato
(jonga)
pinto
tua pele
de pêssego
nos meus
próprios
pêlos
(Cris de Souza)
domingo, 24 de outubro de 2010
Grave
gravam corvos
no corpo noturno
de mármore
(Cris de Souza)
sábado, 23 de outubro de 2010
Lua Cheia
(foto do franco)
lua prata
cheia serenata
do sonhar
(Cris de Souza)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Esperança
(Ian Davie)
todos
os verdes
do vale
numa
só árvore
das aves
(Cris de Souza)
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Plástica
(Monet)
plantou
os pés
na primavera
pra pendurar
as pedras
(Cris de Souza)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Previsão
(Pesare)
tempo
de ser-te
o centro
benigno
e toda
a órbita
do teu
signo
(Cris de Souza)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Registro
quero
a quebra
do silêncio
desde
a queda
do lenço
(Cris de Souza)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Válvula de Escape
(Claudia Barbisan, a fuga)
retiro
a válvula
na unha
o escape
é minha
testemunha
(Cris de Souza)
domingo, 17 de outubro de 2010
Suspeita
a sina
se assina
assassina
(Cris de Souza)
sábado, 16 de outubro de 2010
Místico
(Salvador Dali)
a lonjura do bosque
se aproxima ao galope
do
pégasus
(Cris de Souza)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Mirante
(Salvador Dali)
na caravela
do teu olhar
eu miro o mar
aberto
(Cris de Souza)
Perdição
só me acho
em lugar
nenhum
(Cris de Souza)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Menção Maior
a marca
é
máxima
da máscara
(Cris de Souza)
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
O Bruxo de Botas
(para
Domingos Barroso
)
no alto andar
as coisas tocam
o calcanhar
(Cris de Souza)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Versão Vazada
a vespa
é véspera
da verdade
(Cris de Souza)
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
De claro
(Duy Huynh)
no meu
verso oculto
é tua voz
que escuto
(Cris de Souza)
Eco
depois do grito
nada sobrou
mudo
(Cris de Souza)
Prelúdio ao Sonho
silêncios d' água
afogam
boca a boca
(Cris de Souza)
Da alusão
(Amanda Cass)
nuvem na horta
chove grilo
atrás da porta
(Cris de Souza)
Toque de Recolhimento
(arquivo impessoal)
se
caramujo:
fujo
(Cris de Souza)
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