sábado, 28 de abril de 2012

Poema a quatro mãos

Marcantonio, Noturno, arte digital (com interferência tonal de Cris de Souza).


Curto interno


Na tomada de consciência
tomo experiência
em apagão

Se me choca o sentido
tateio o desconhecido
seguindo o fio

da interrogação.


(Cris de Souza & Marcantonio)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Canto de fé cavalgada

(Pintura: Antonio Remo)


quando a lua me atiça
de labaredas e luar
riçando o olhar

a desfiar devoções
invocando dragões
deidades atávicas

que nenhuma gramática
é capaz de sonhar

empunho a lança
lanço-me extravios
em vias que porfio

feito guerreiro de luz
que pro silêncio
não dá as costas

salvo e são para Jorge
de Capadócia!


(Assis Freitas & Cris de Souza)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ilustração

(dedicado a Tuca Zamagna)
I.
face de tigre
a devorar
feito a outra
face de esfinge
de todo finge
se decifrar?
II.
face de esfinge
a decifrar
feito a outra
face de tigre
de todo finge
se devorar?

(Cris de Souza)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Lira que sibila


I. 


disfarça-se
a voz
púrpura 

pura em fissuras
arvoradas 
entre versos

alheia à brancura 
de um gesto
impresso de olor


II.


lanho de flor
carnívora
onde víbora 

a língua
se ostenta
em oferenda

onde a presa
se emenda
aos fonemas

onde reina 
a armadilha 
destas sílabas:

sina!


(Cris de Souza & Joelma Bittencourt)