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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Ceciliando(VII)- Canção de fundo

Desejo 
Uma poesia
Como esta –
O senhor vê?         

Em que
Nenhum verso
Sirva como
Buquê            

Não quero
Faunos inocentes
Nem divindades
De floresta

Ponha uma planta 
Carnívora
Neste jarro
Que me resta    

(Cris de Souza)

terça-feira, 29 de abril de 2014

Ceciliando(VI)- Canção de Circum-navegação

A viagem 
é breu 
sobre o anil.

Sobre o anil,
os cardumes 
são sombrios.

Sombrios 
são os sais 
marinhos.

E o vil anil 
do cego
e do choro.

O breu já vem,
dos lados 
de bruma,
todo breu,
amaldiçoado 
de anil:

- O breu 
que enxerga 
além do mar.

(Cris de Souza)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ceciliando(V) - Canção Sacramentada

É preciso 
não escrever 
nada:

Nem a noite 
boquiaberta 
Nem o vinho 
aceso

Nem o rosário 
para as cicatrizes
Nem a hóstia 
para os dizeres 

(Cris de Souza)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ceciliando(IV) - Canção das canções

Leve é o canário:
e a sua sombra
vacilante,
mais leve.

E a lábia etérea
de sua garganta,
mais leve.

E o que lembra,
sentindo-se
desdobrar seu canto,
mais leve.

E o desejo sádico
desse ambíguo
instante,
mais leve.

E a fuga inaudível
do amargo cantante,
mais leve.

(Cris de Souza)

sexta-feira, 7 de março de 2014

Ceciliando (III) - Canção Suspeita

De que é feita a poesia?
- De maiúsculas mentiras,
Minúsculas verdades,
Dúvidas à vontade.

(Cris de Souza)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ceciliando (II) - Canção Mística

No mistério do jardim
Equilibra-se uma borboletra

E, na borboletra, um jasmim,
E, no jasmim, um poeta,
No poeta um planeta 
E, sobre ele, o formigueiro

Entre a borboletra e o jardim,
O alfabeto inteiro

(Cris de Souza)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ceciliando

Inocentemente,
Acende-se a lamparina:
Que há uma outra noite
Para o que se ilumina

(Cris de Souza)