quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Concerto(cantos noturnos para violinos)

(Foto:Pedro Olivença)




Vila Velha



falo de um tempo
onde a chuva marca
a vidraça escusa


e a noite é lida
na vila
por velha coruja








De longe vejo



nem passa perto

da minha alma

em desassosego,

chegar a ponto
de fingir a calma      

a que não chego.






Entre traços e traças


olho por olho,
força-me a retina;
dente por dente,
     fura-me a rotina;
passo por passo,
faço-me a revista;
folha por folha,
perco-me de vista.



(Cris de Souza)



(Ann Fontanella)

20 comentários:

  1. Entre traços e traças, eu me encontrei um tanto, e portanto um pedaço desses versos é meu! rs
    Beijos,

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  2. Como canta bem essa coruja!!!!!! Ô Diva, veja que estou adorando meu camarote. Bjssss.

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  3. COLAGEM DE CRIS DE SOUZA:

    da minha alma
    a noite é lida
    por velha coruja
    [olho por olho
    perco-me de vista]

    só pra provar que em qualquer situação ou associação, teus versos sempre encantam, como cantos noturnos para violinos ou oboés. Como escape de lira em válvula pressurizada.

    Beijo de fã coruja, moça da lira.

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  4. de levar embora pra casa!
    logo ontem que tava procurando um poema pra morar


    vou levar este último, tá.

    bjo

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  5. Tres viagens diferentes e belas, mas "De longe vejo" passou bem rente a minha alma desassossegada...

    Bjs
    Rossana

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  6. Bêbedo

    Um traço de cana
    Pertube-me o traço
    que faço na rua
    Na ida pra cama!

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  7. É inevitável lembrar de virtuosismo. Não sei se o primeiro poema traduz a cidade, mas é com certeza um ponto distinto no território poético, lá para onde vão os cantos que as traças não alcançam.

    Beijo.

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  8. Maravilha querida Cris, o título é superbo e o poema é de êxtase! Beijos querida no nariz!

    Me avisem quando estiver as homenagens e entrevistas viu? Andei meio ocupada, mas agora já estou um pouco mais em liberdade. :)

    Beijos

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  9. Cris,

    vc dá aula de ritmo. A coruja que tece a exegese da rotina alheia me cativou, rapinamente.

    Abraços!

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  10. cris,
    ritmo de en.canta.mento púrpura. como o som que é todas as vozes, até além das derradeiras possibilidades.
    beijinho!

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  11. Que ritmo impressionante têm os seus poemas, Cris.
    Uma beleza em três atos.

    Beijo.

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  12. Fiquei perdida na tua vila, encontrei-me no fim.
    Beijinho
    LauraAlberto

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  13. Essa gosta de deixar as pessoas sem palavras.

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  14. nossa, este olho da coruja é de hipnotizar "bunidimais"

    violinos mexem e tocam e elevam sabe-se lá pra onde e que nem saiba e deixem levar

    muitos olhos, Cris, neste Concerto
    os pingos do lado de fora escorrendo no vidro
    os caminhos, as estradas
    o passado, o presente, o horizonte

    beijos, linda

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  15. noossa, Cris...que lindo, que lindo...vi teu diálogo com a Dani tbm, e só posso dizer que aqui do meu lugar vcs me elevam.

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  16. em cada sílaba nunca se esgota
    essa tua alma rítmica suspensa
    em imagens e aquele suspiro
    de quem subiu a montanha
    leve e denso
    ...

    Beijo carinhoso,
    Crisântemo.

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  17. Ler a sua noite
    faz enxergar melhor
    o que vejo de longe
    entre traços...
    o espaço em reticências!

    Parabéns! Cris Souza... (beijo).

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  18. Honradíssima com tua presença no rejaneando, Cris - a poesia ainda mais perto - em todas as direções eu sempre fiz meus melhores encontros.

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Viajai-vos!