quarta-feira, 28 de março de 2012

Poemas de correr o risco

(Foto: Cris de Souza/ Sei de Cór)



Infundável

entre nós
o eu lírico
não afunda

refunda sim
os sete mares

por dois pares
de asas juntas!



Guarda
(sem licença poética)

a cada verso
uma rota

a cada rota
uma rima

na escolta




Pode ser senha

um ai
a mais

sobre
os sais

dobre
o silêncio
sem cais          



Respingos de cabeceira 


ave!
o poeta
a ver navios:

majestoso
mar 
de se caber

maltrapilho
rio
de se conter


(Cris de Souza)

15 comentários:

  1. O único risco aqui é o de se atingir a perfeição de um estilo.

    A rima escolta o verso por pura atração.

    Respingos de Cabeceira é maravilhoso, sobre os caminhos da imaginação com essa bela oposição entre ocupar os limites do mar e estreitar-se num rio pouco caudaloso.

    Beijo.

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  2. Ia falar dos respingos,Cris, mas a palavra-navalha do Marco já cortou tudo em fatias finíssimas, invertendo a mão do mar e as marés do rio.

    Não direi nada. Dobrarei meu silêncio, à deriva na imensidão da ausência de cais.

    Beijão

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  3. Instigantes é o minimo a se dizer, comentar depois dessas duas feras não é nada facil, mas posso dizer que respinguei-me todo, perfeito. Um beijo, senhora.

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  4. Cris, tuas rimas são um absurdo :)

    eu adorei todos, sobretudo Infundável e Respingos de Cabeceira, que é perfeito!

    beijos

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  5. Respingos de cabeceira: viajei!

    Beijos, poeta maquinista!

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  6. guarda a senha na infindável palavra arisca, ave poeta que se arrisca,



    beijosssssssss

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  7. respingos de gotas de mar no mar da gota

    beijos

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  8. só na escolta
    a licença poética
    refém de assalto...
    assis(to) a cena
    um ai a mais
    arisca
    petisca
    rima
    e
    respinga!!!

    Cris de Souza...beijos verdinhos prá ti!!!

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  9. Belos poemas, minha cara!

    maltrapilho
    rio
    de se conter

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  10. Gosto muito do jeito como você faz poemas, Cris, gosto mesmo.

    Beijo beijo.

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  11. esse requebro das tuas rimas
    é um marzão de rios e de cais

    profundamente diáfanas
    as suas águas
    ...


    beijo carinhoso,
    Crisântemo.

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  12. perfeição na voz...
    e na pele
    a reação,
    incontidos
    arrepios!

    Beijinho com admiração extrema, Cris poeta!

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  13. guarda entre os nós a senha-sanha com que escolta mares, suas marés e todos os seus ousados marinheiros.

    verdadeira máquina lírica é o que és, cris de todas as inpirações! não há mundo que a tua palavra não alague.

    beijo grande!

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  14. Caro(a) amigo(a),

    Dê-nos, por gentileza, o prazer de sua presença na coluna Haicais de Domingo(http://poetasdemarte.blogspot.com.br/2012/04/salada-de-haicais.html). A entrevista desse domingo é com Ceyson Gomes.

    Muita Paz!

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  15. Saudações quem aqui posta e quem aqui visita.
    É uma mensagem “ctrl V + ctrl C”, mas a causa é nobre.
    Trata-se da divulgação de um serviço de prestação editorial independente e distribuição de e-books de poesia & afins. Para saber mais, visitem o sítio do projeto.

    CASTANHA MECÂNICA - http://castanhamecanica.wordpress.com/

    Que toda poesia seja livre!
    Fred Caju

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